segunda-feira, 13 de junho de 2016

As coisas bobas da paixão



Aeeeeeeeeeeeeeee galera!

        Não tem nada que nos marque mais do que as pequenas coisas as quais chamamos de bobas. Ah, ele olhou pra mim, nossa, que incrível, UHU!



        Quando nos apaixonamos, daquela forma repentina e louca que nomeia mesmo o sentimento de PAIXÃO, até uma coçada no saco pode parecer sexy (desculpem o termo, kkkk). Pequenas e engraçadas coisas.

      Mais funny ainda é o que fazemos e como vemos esse objeto de amor. Gente, recentemente procurei nas redes sociais meu primeiro amor, lá de tão, tão distante.
       Como eu o via: lindo, alto, determinado, inteligente, divertido, lindo, atencioso, com um sorriso maravilhoso, um olhar sensual, etc...
       Como é: o apelido era osso!

      Daí a gente suspira, ah, esse é o homem da minha vida, olha que lindo ele com uma babinha caindo do lábio. Que sexy essa bermuda de flores havaianas, que voz rouca poderosa, que alto (1,50cm), que forte (ou seja, apenas barrigudinho), que mãos lindas (unhão encravado, encardida de um fuminho, kkkk).... O cara solta uns fugitivos e a gente cheira perfume de lavanda!

       Voltando ao assunto, mesmo sem nunca te fugido dele, quando nos apaixonamos parece que vemos outra pessoa. Muitas vezes estamos vendo o interior dela, que realmente não segue parâmetros físicos para ser julgado. Outras vezes é culpa dos homonios (hormônios genteeee). Mas mesmo assim o que somos capazes e fizemos por esse amor é muito bacana de recordar. Choramos, falamos com todos os amigos, família, adicionamos mãe, pai, periquito, cachorro, vizinho, exs. Choramos mais um pouco, puxamos assuntos idiotas pra quebrar o gelo (Já localizou o Chipre no mapa múndi?), nos arrumamos muito, muito e muito. Sentamos pertinho e, quando dá, fazemos magias loucas (pegue um fio de seu cabelo, mergulhe na água do sanitário, beba com canela, argh). Ah, lemos o horóscopo para ver se combinamos e todas as revistinhas do João Bidu, kkkkk.
       Claro que tem o lado ruim, o cara pegou no sono e não respondeu teu whats, AAAAHHHHH, me odeia! O coitado foi ao banheiro e não levou o celular, outro DRAMA! não curtiu sua foto, iiiii, aí foi-se! Calma, podemos rir de tudo isso depois.
      E além das pobres amigas que ouvem diversas vezes os mesmos desabafos (ele não me quer, ele é lindo, eu vou desistir, eu quero ele, ...), pobre de Deus, quantas preces. Acho que Deus deve ter um botão mute para as apaixonadas falarem a vontade, afinal pode ser que falem cada mês de um carinha diferente, kkkkk. Ou não, né.
      Mas é tão legal, aquele esbarrinho em você vira uma noite de amor, o coração bate forte, falta o ar, pensamentos voam e você fica vermelha no meio da aula! Saco! Todos percebem (claro, parece que existem refletores que piscam cada vez que você sente palpitação no peito).



     

   

Caminhos

O caminho mais longo é aquele que não atinge sua meta.
Meta é tudo aquilo que desejamos com mais ou menos fervor.
Fervor pé a quantidade de fogo que arde em nosso peito.
Peito é o local onde protegemos as mais queridas pessoas.
Pessoas são indivíduos que tatuam nossa pele com memórias.
Memórias é tudo aquilo que não sai do coração.
Coração é um serzinho cego que que burla a razão.
Razão é aquilo que condiciona suas asas.
Asas é quando os sonhos não cabem no pensamento.
Pensamento é o primeiro passo da construção de nossas vidas.
Vidas é aquele emaranhado de ações que formam nosso livro.
Livro é um portal para alimentar fronteiras.
Fronteiras é quando chegamos na divisa do coração do outro.
Outro é aquele no qual nos vemos.


quinta-feira, 9 de junho de 2016

Ai meus pés!

Eeeeeeeeeeaí gente! Observem essa foto:


Pois é, aqui na Serra tem lugares muito bonitos, em especial a malha ferroviária, trechos abandonados e trechos em funcionamento. Pois bem, nesse dia eu fiz um passeio, a pé, por parte dessas estruturas, mas reparem. REPAREM: de bota!

What? Bom, nem preciso dizer o resultado. Por que fiz essa escolha? Sei lá.

Fica o registro, hahahahaha.

Frio combina com...

Palavras pelo ar

            Eu abri meu coração para ele. Sim, falei de todos os dragões que habitavam minha mente, e das florestas imensas que povoavam meus medos. Repeti inúmeras vezes do medo da solidão e da curiosidade da companhia. Desejei em diversos ângulos beijar sua boca e morder seus lábios.
            Insisti instavelmente na teoria de um universo melhor, e nas verdades inseguras de minhas razões. Admirei cada palmo de seu corpo e perdi-me em seus cabelos. Apostei nos cavalos errados e não participei da rodada da sorte.
            Vendi diversos sonhos pelas esquinas, despejando minha coerência entre linhas frias e mecânicas. Falei do erro dos certos e dos acertos dos errados. Vesti-me de rainha entre plebeus e joguei a chave fora de meu castelo de julgamentos.
            Olhei inúmeras vezes seus olhos em fotografias. Senti diversos pensamentos e sensações solitárias ao achar-me acompanhada de suas memórias. Mas era tudo concretamente vago, líquido e desvairava-se entre os dedos. O silêncio do retorno dele e as dúvidas atordoavam meus sentimentos.
            Falei de todas as cores de meus planos e das monocromáticas desilusões. Citei os obstáculos que passei e aqueles que desisti de enfrentar. Falei tantas palavras soltas e interligadas que desgastei a mudez de minha voz. Imaginei diversas cenas de amor e negligenciei-as em julgamentos duros.

            A única marca imutável foi a presença dele a cada palavra pelo ar, que voaram, voaram, subiram e dissiparam-se pelo espaço, em acordes ruidosos e atonais do luto por algo que não nasceu.


Que friiioooo

Bom dia. Estou aqui na Serra Gaúcha congelando!

O que aconteceu comigo referente ao frio? Hummm, deixe-me lembrar....

Eu fico muito inútil com temperaturas baixas. Viro uma estátua! Logo minha maior aventura é transportar o desumidificador para todos os lados.

Lembrei: uma vez, quando eu trabalhava numa fábrica de garagem, estava eu, bem ao ladinho da estufa com meu tênis preto e.....FOGO! Ainda que senti o cheiro de queimado logo!

Vou deixar pra vocês, meus lindos, um clipe que apresenta o clima pré-invernal daqui:





Em tempo: a camiseta dessa horda é uma das únicas que você pode usar em qualquer lugar sem chamar atenção (toda cinza, hahahahaha).

terça-feira, 7 de junho de 2016

Águas, conto fantástico

                Num dia de sol, bem no meio da avenida, o mundo parou para Tom.
            Tom tornou-se estático no meio de uma avenida. Paralisado de braços abertos, abraçava fumaça e sirenes, buzinas e conversas.
            Passava a luz do dia, a luz da noite, os relógios febris giravam seus ponteiros, sem cessar, nunca. Tom, de braços abertos no centro da avenida, também não cansava. Parado lá, sem chamar atenção daquela cidade tão presa em sua rotina, continuava na sua posição ereta, numa mistura entre Cristo e Lúcifer.
            Passados dois anos e, no topo de um prédio, uma menina debruçou-se no oitavo andar a observar o homem. Ela, com seus olhos quentes, observava Tom paralisado, dia e noite, sem parar. Pouco a pouco seus lábios se esticaram e seus dentes foram expostos. O homem, vendo que era observado pela menina, sorriu, como se a conhecesse há anos.
            E mais dois anos se passaram, e um terceiro indivíduo juntou-se à paisagem: uma senhora sentada na cadeira de balanço, sem se mover. E ela observava o homem no centro da avenida, que observava a garota que o observava, num círculo imperfeito, que não afetava a rotina da cidade.
            E chovia. Chovia como a muito não fazia na cidade, e, lentamente a água começou a cobrir o homem parado no centro da avenida, e também a senhora sentada na cadeira de balanço.
            E eles não se moviam, enquanto eram consumidos pela água da chuva e a água escorria dos olhos da menina parada no oitavo andar do prédio.

            Quando o homem ficou totalmente submerso, e a senhora também. A menina continuou observando o local onde Tom permanecia, mesmo que escondido pelas águas.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

De bobeira? Segunda-feira

       E então estamos na segunda-feira, um momento que desperta os sentimentos mais ambíguos do ser humano. Levando da cama e vou ao trabalho? Ah, só mais uma soneca... Que preguiça!
       Bom, eu comecei bem minha semana. Novamente minha gasolina estava no limite e logo um horror movie passou pela minha cabeça:
      Semana passada fiquei sem gasolina logo no começo da semana, indo para o trabalho. Já disse que sou atrapalhada, hahahahaha.
     O tanque secou no mesmo ponto que no ano passado. Que saco! Tive que empurrar minha moto até o posto de combustível mais próximo.
    E não foi só isso. Tive uma semana conturbada no trabalho, um rapaz fugiu de mim, bati a moto, um ex-amigo me encontrou nas redes sociais e tomei um fora redondo (UMA BAITA ESQUINA)... Sacanagem.

    Lado positivo da segunda-feira: é o dia mais distante da próxima segunda! (Zoeira né?).
    A semana está apenas começando, dessa vez consegui abastecer antes de maiores problemas. Mas, como será minha semana? Me mandem muita luz! Abraço de urso em cada um de vocês.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Um brinde à solidão

Esse conto vai para todas aquelas mulheres que conseguiram superar seus agressores.

Um brinde a solidão
         E ela permanecera sentada no sofá, respirando profundamente, brindando com a solidão.
        Cedo, antes do despertar do sol, Sofia, entre tantas escolhas, optou por si mesma. Naquela manhã tocou sua pele, marcada, com um afeto desconhecido, ímpar. Viu seus olhos no espelho e notou: eram castanhos, da cor de seus cabelos, da cor que vira que eram em sua infância. Ah, aquele Natal em que ganhara de sua mãe uma boneca, a qual nomeara de princesa Victória, que morava em um imenso castelo e que era cortejada por um príncipe, que a defenderia de todos os males, que daria a vida por um simples beijo, que, e eram tantos os quês, que alimentaram a sua pureza infantil.
       O sol entrava pela janela do quarto, devagar, aquecendo aquele ambiente tão frio, apertado demais para dois, assustadoramente imenso para um. Ainda contemplando sua imagem refletida, aos poucos o corpo de um ser humano ia tomando forma. O contorno feminino, por tantas vezes negligenciado, ia surgindo como uma imagem sacra. Braços, pernas, ombros, face. Sofia respirou profundamente e admirou o movimento de seu diafragma. Soltou o ar, suavemente, devagar como uma pluma solta a brisa de verão.
      Linha após linha ia delineando-se feições jovens, mas marcadas pelo chicote impiedoso do convívio com a loucura. Agora, já não era o rosto de outrora, e esse não voltaria mais, mas o olhar de ontem, perdido, que vinha manifestando-se entre turbilhões de pensamentos confusos e insistentes. A cada segundo deleitava-se mais e mais com as ideias que emanavam de sua razão. Nesse momento era necessário ouvir a voz da tida consciência. Por que calara-se antes? Por que nunca dominara as emoções que transbordavam seu ser? Por que Sofia não a ouvira antes…
       Pensamentos que tomavam conta de sua mente e arrepiavam sua pele. Queimava-a por dentro e partia seu coração. Viu seus olhos no espelho novamente e notou: eram castanhos, da cor de seus cabelos, da cor que vira que eram em sua infância. Já podia abri-los, já podia observar mais alto, erguer sua cabeça, olhar para um céu onde tudo é bom. Onde o amor prevalece e a vida possui sentido.
      E era isso que faria. Abrir as asas e voar. Ser outra vez ela mesma, resgatar a beleza de sua alma e não temer o próximo. Nem o próximo que divide o mesmo espaço que deveria se chamar 'lar'. Mas nunca foi um lar, nunca seria. Não dessa forma.
Quantos anos de cativeiro nos braços da insanidade em uma relação doentia. Depois de muito observar, a completude de seu ser fez-se reintegrada. Unidos os pedaços dela espalhados pela casa, prometeu a si mesma que não choraria mais. Faria aquilo que precisava ser feito, que desejava como um sonho bom.
     E ele entrou pela porta da frente da casa, encontrando-a sentada no sofá. Ele foi seu abismo e sua salvação, seu alimento e sua fome. Teve fome de amor e alimentou-se do gosto amargo da insensatez. Ele foi um refúgio e um delator, uma coroa de espinhos num reino de sofrimento. Nos braços dele encontrou a guerra e perdeu a paz. Ele foi um amigo traidor. A cada toque ríspido em seu corpo, ele tentou mostrar que o amor era dor. E ela o olhava mais e mais, sentada no sofá. Ele foi o atalho que a levou para a escuridão, a ferida mal cicatrizada, o beijo que queimava sua boca e destruía seu coração. Ele era, mas não seria mais.
Naquele momento, diferente de todos os outros, Sofia sentiu que existia, e nenhuma lágrima caiu do rosto dela. Ele entendeu. Ele não a reconheceu. Ele foi embora.

     E ela permanecera sentada no sofá, respirando profundamente, brindando com a solidão.

EEEEEEEEEEAÍ?

EEEEEEEEEEEEEaí galera? Para que serve esse espaço Olha só... Para desabafarmos sobre os espinhos que nos ferem.

Todos precisamos desabafar, ajuda muito a superarmos nossos problemas. Sim amores, socar o travesseiro também é útil, hehehehe.

Quando eu estiver injuriada, vou postar aqui, e vocês podem comentar e fazer o mesmo. Rede de apoio!

Como eu conheci meu blog

       EEEEEEEEEEEEEaí pessoal. Tudo bom? Mesmo se não tiver nos conformes, geralmente respondemos que sim.
       Estou criando esse blog depois de ficar pela segunda vez, no mesmo ponto da cidade, sem gasolina na moto! Sete da manhã empurrando a moto até o posto mais próximo. Então eu pensei: por que não compartilhar esses fatos com mais gente, e transformar problemas em risos? Claro!
     

Quando uma iniciativa muda toda uma vida.

Você me daria um beijo?
     Poderia ter sido apenas mais uma noite de trabalho no bar Tróia, mas foi a noite da minha vida, a noite que mudou tudo que eu pensava sobre o mundo e sobre mim. A noite que me transformou em quem sou.
    Eu estava, como de rotina, servindo bebidas aos clientes do bar, frequentadores da deusa noite, quando a deusa da minha vida surgiu entre os olhares noturnos. Lá estava a linda morena, jovem como eu, magra, de longos cabelos negros. A nova contratada da casa para atender às pessoas nas mesas.
    Ela chamou minha atenção desde o primeiro momento em que meus olhos viram sua luz. Com destreza de menina, a jovem percorria entre as mesas e, atenciosamente, atendia um a um. Mal sabia ela que, um dia, estaria sendo servida pelo meu eterno amor.
    No clube, ao canto do recinto, todas as sextas-feiras uma banda de músicas populares tocava para os corações boêmios. A maioria do repertório consistia em clássicos das rádios. Eu escutava a cada som, enquanto desejava, cada dia mais ardentemente, dividir uma dança e a minha vida com a dona do ritmo de meu coração. Porém, uma canção em especial mexia muito comigo, e com minha flor da noite.
    Lembro até hoje da letra do refrão, que dizia: “corações soando num só ritmo, você me daria um beijo?”. Cada vez que os músicos executavam esta parte da letra, involuntariamente, eu olhava para a menina, e ela sorria sozinha. Seu sorriso solitário suscitava dúvidas, pois será que seu rosto alegrava-se por pensar em mim? Será que emanava sua felicidade por alguém que recebesse seu amor, em algum lugar?
    As horas passavam ininterruptamente. Eu queria apenas que o tempo parasse para dizer o que sentia. Não tinha coragem de lhe perguntar. Eu servia a cada cliente e a seu sorriso, escravo de um amor cada vez mais intenso. As luzes das lâmpadas do bar, da lua, direcionavam-se apenas para ela, mesclando-se ao brilho daquele olhar.
Como eu queria ser aqueles clientes, e ouvir a doce voz da minha menina, da minha musa. Como eu queria ser a comanda que ela anotava aos pedidos, com suas mãos suaves. A garota atendia aos clientes, mas sem saber, ela já marcava meu coração e minha vida.
Numa noite, com o peito explodindo uma canção de amor, a banda começou a tocar a música que a fazia sorrir:
    “Corações soando num só ritmo, você me daria um beijo?”
    Num gesto inesperado e desejado, finalmente nossos olhares se cruzaram. Pela primeira vez pude olhar no fundo dos olhos da garota e, em silêncio ardente gritar: eu te amo. Desta vez, seu sorriso lindo eu sabia que foi entregue a mim.
    Estimulado pela situação, discretamente peguei um guardanapo sobre o balcão, e nele escrevi: “você me daria um beijo?”, e quando ela estava no balcão ao lado, entregando a comanda de um grupo de clientes na cozinha, dei a ela o guardanapo, saindo para não atrapalhar seu trabalho, nem o meu, nem minha ânsia por um sim apesar do medo de um não.
    No final do expediente, eram quase seis horas da manhã. Eu estava fora do bar esperando o transporte, a fim de voltar para casa, triste por não ter recebido nenhuma resposta da moça. Será que já tinha um namorado? Será que tinha alguém que a amasse como ela deveria ser amada? Mais perguntas sem respostas...
    Meu ônibus foi chegando, ajeitei minha mochila nas costas e, logo atrás de mim, aveludadamente, ouvi:
    - Sim...
    Naquele momento, nos beijamos. Senti meu coração explodir no peito. Suas mãos, incrivelmente, tremiam como as minhas, e aquele beijo marcou o verdadeiro começo da minha vida.
Foi o início de uma linda história. Juntos, tivemos um namoro com flores e espinhos. Conhecemos de perto o amor, e provamos o gosto de sua dor. Lado a lado, aprendemos que a vida é ser feliz, e ter um ao outro era poder realizar este desejo. Descobri seu medo de escuro, e ela descobriu que costumo deixar as coisas atiradas por aí, e às vezes nem sei onde procurar o que preciso. Ela cansou de me explicar que os preços estão sempre em alta por causa dos impostos, e eu ensinei tudo de futebol, mesmo sabendo que ela não lembrava de muitos detalhes até o próximo jogo.
    Visitamos nossas mães, nossos tios, primos e dormimos em várias casas. Um dia, resolvemos ter nossa casa, e nos casamos.
    Deste casamento, nasceu uma menina morena e linda como a mãe, e juntos fizemos mais inúmeras descobertas: trocar fraldas, ensinar a pequena a caminhar, falar, vestir, alimentar, brincar e voltamos a ser crianças. Três crianças felizes sobre o tapete, a cama e nos parques da cidade. Nossa vida era nossa linda filha, para a qual todas as noites contávamos, juntos, uma história sobre fadas e príncipes sobre cavalos brancos, sobre reis e rainhas e sobre o dia que nos conhecemos e nos demos o primeiro beijo no nascer da madrugada.
    Quando dávamos boa noite para nossa menina, chegava a hora de descansar. Nunca dormíamos sem nos dizer eu te amo, e agradecer pelo amor que um sentia pelo outro, o grande amor que ela sentia por mim. O eterno amor que sinto por ela.
    Uma tarde, enquanto eu trabalhava, minha linda mulher estava indo buscar nossa filhinha na escola. Era véspera do dia das mães, e a pequena ansiava que sua mãe a buscasse para receber uma lembrancinha, feita por ela.
    O trânsito do final da tarde era intenso, e ela aguardava, com os olhos transbordando emoção, para que o sinal do semáforo fechasse logo, e ela pudesse atravessar a rua, abraçar nossa menina. Finalmente ficou vermelho e, no meio de sua travessia, um carro desgovernado, dirigido por um homem alcoolizado, ignorou a sinalização... Já fazem dois anos.
    Hoje minha filha e eu vamos levar flores para a mamãe, e dizer para ela que todas as noites, a eterna pequena continua dizendo “boa noite mamãe” antes de dormir, e que eu, a cada final de madrugada lembro dela. Eu levo as flores para que ela lembre de mim, e saiba que direi eternamente que a amo, escrevendo, em bilhetes no meu coração, como da primeira vez:

“Você me daria um beijo?”