Nublado como uma manhã de verão fria, como uma noite mudando de estação, você se foi, para longe, longe da minha visão.
Mesmo distante dos meus braços, posso sentir o seu calor, olhar o seu rancor. Flutuava para fora de sua alma como um botão de flor se abrindo no outono.
Um bar lotado, numa noite de quinta-feira, copos jogados, olhares avermelhados, músicas daquelas lentas, úmidas e frias. Escorado de forma vulgar em uma bela cadeira de bar, onde pela décima vez eu sentava para chorar.
Quando aquele rádio tocava, meus olhos jorravam sangues claros como água cintilante de um riacho machucado pelo desgosto da sociedade pouco desenvolvida que ali se encontrava. Vim chorar.
O bar a fechar, as armas apontadas para meu peito. Morte ou suicídio?
Suicídio de uma forma um pouco mais exagerada, mais linda. Conto a vocês com detalhes!...
Na mesma noite me afastando em alguns segundos de vida no qual eu não saberia dizer se já estou no céu ou estou morrendo.
Estou na minha poltrona com o olhar vidrado. Em minhas mãos, o que sobrou do bar.
Um estrondo meio estraçalhado de canto se ouve de longe.
Estava tendo visões como um filme belo com final triste, que todos temos um dia. Minha vida passou diante do meu olhar quando vi a foto da minha esposa que veio a me levar. Felizmente não sobreviveu para contar o porquê não sobrevivi. Sim, morri asfixiado naquela poltrona vermelha com o olhar no bar, e meu espírito a contar uma velha história de pescador que numa ilusão mundial se perde.
Contato: alex_panizzi@live.com
Mais adiante posto mais textos dele. Beijos, se cuidem e durmam bem.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIncrível a forma na qual consegui me cativar com sua sensibilidade para descrever os detalhes. Sempre acreditei no seu potencial, e espero que seja o primeiro de muitos que lerei aqui.
ResponderExcluirParabéns Alex. E saudades profe Fran ❤
O Alex é um ótimo escritor, sou fã. Te adoro muito linda!
ExcluirParabéns Alex, escreve muito bem
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