sábado, 5 de novembro de 2016

A árvore infrutífera

Nas misérias luxuosas
vejo me, a luz em almas ociosas.
Vejo te, o alvo de pedras, preciosas.
Infâmias, sabes que não viverás hoje, faltosas.
O tempo que foi esqueceu de carregar as pobres almas, desafiadoras!

Entre os magníficos estupores
vejo-me, a sombra que vive aos arredores.
Vejo-te, a presença, ingênua, dos predadores.
Verdades, sabes que deixou o amanhã dos vencedores.
Para juntar-se aos ratos, os donos e quem não sabe enxergar, vencedores!

Aquelas verdades infantis
vejo-me, o brilho cega de seus olhos juvenis.
Vejo-te, a piedade insignificante da pobre meretriz.
Vivências, sabes que no túnel retrocedente da falta que é atriz.
Verás o futuro, logo lá, obscuro, claro demais cegando mais alguma raiz!

Daqueles dias nos cantos escuros
vejo-me, a sombra desafiadora dos dias futuros.
Vejo-te, a estrela brilhante colocada acima do azul obscuro.
Tempestades, sabes que ela te acompanhará como a amante ao rosto oculto.
E entenderás as falhas e noites que carregam os dias da pátria amada do mundo!

Onde a razão, assemelha a negação.
Filho de seus filhos, irmão da proibição.
Azul, verde, amarelo e invisível,
cor que pinta as mentes de seus frutos!
Vejo-me, contigo, vejo-te logo ali:
acima do inferno e abaixo do céu,
no lugar onde todos nós somos réus.
Mesmo sem culpa e nem para onde ir!


Raiz 

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