sexta-feira, 29 de julho de 2016



Pensando a Liberdade

            Se existe algo que a humanidade no geral almeja é a liberdade, libertad, freedon, pelo mundo todo. E buscamos a todo custo defini-la e transformá-la em mais um bem de aquisição, na maioria das vezes caro demais para todo o dinheiro desse mundo.
            Dentre muitas definições de sentir-se livre estão não viver em estado de guerra, não estar aprisionado em alguma prisão, poder definir o próprio horário de trabalho, conseguir sair para o lugar desejado nas férias de verão. Para outros é não ter alguém para repartir a vida, ir para aquela festa e voltar quando o sol nascer, poder amar a quem quiser.
            Não que essas definições sejam errôneas, afinal esse conceito é muito íntimo e difícil de ser comparado entre os vários corações das pessoas. Desde a terra prometida ou voltar depois da meia noite, o que vale mais? Não precisar mais tomar aqueles remédios para distrair a depressão ou tomar aquela bebida, que diferença há?

            Nós queremos a liberdade, mas criamos nossas próprias prisões. 

sábado, 2 de julho de 2016

Café com gosto de saudade...


Enfim o sol começa a desenhar, no horizonte,
o recomeçar da caminhada rumo aos sonhos.
Grandioso e humilde, esticando seus raios
numa preguiça deleitosa,
sobre os campos e paiolas,
desembrulhando suavemente a escuridão.

E o astro-rei, aos poucos,
acorda a geada de mansinho,
como a mãe ao filho com um beijinho.
Riqueza singela que repousa tranquilamente,
brilhando nos olhos de quem a vê.

O primeiro bem-te-vi ameiga o canto.
Que seja bem-vindo um novo dia,
um dia novo que convida o sono
a passear com a lua em outro lugar.
O cheiro de café pela casa a se espalhar...

Os biscoitos pintados, de farinha misturada ao amor,
compõem uma mesa onde pão e geleia
formam uma doce sinfonia.
E os sons dos irmãos na casa
competem alegremente com a voz suave materna
e o olhar terno do pai.

O fogão alimenta-se sereno
esquentando toda a cozinha.
É tanto calor que os vidros suam!
Ver a geada partindo do lado de fora:
um convite para uma boa prosa
que aconchega a alma para partir quentinha
rumo à escola e o trabalho do campo.

Eu quero sempre sentir o sabor doce de um bom dia,
confeitado com risadas e olhares de carinho.
 Encher minha xícara com o café da esperança
sentindo o calor da companhia da família,
aquecendo minha alma e coração.

O tempo passa e passa...
Enquanto estou com pressa e atrasado,
provo do gosto amargo do café solitário
e do pão árduo a ser conquistado.

Mas, entre horários e trânsito lotado,
degusto goles desse café bem passado

com sabor de sincera saudade.